Linguagem inclusiva, a Diversidade como Regra

linguagem inclusiva

Glaucia Verena

A linguagem é viva e se modifica conforme o tempo, os exemplos da nossa gramática da portuguesa são inúmeros e foi modificada pelo transcorrer da História. O português em si foi originário do latim vulgar e quando chegou em terras brasileiras a fusão de línguas indígenas, africanas e outras influências formam o que chamamos de português brasileiro. Dentro de um processo colonial e hegemônico, e é muito importante frisarmos he.ge.mô.ni.co – que significa de supremacia entre cidades, nações e povos, que causa a supressão de culturas e também da língua originária de determinado território. 

 De acordo, com Vygotsky, a linguagem é um fator fundamental para o desenvolvimento humano desde a infância que exerce uma função organizadora e planejadora do pensamento, logo, a linguagem materializa o seu pensamento e a maneira das trocas relacionais no Mundo. Nós temos uma civilização em transformação constante, a linguagem inclusiva é um processo para garantir que a maneira que nós falamos não fira a integridade de alguém e convida determinados corpos sociais historicamente excluídos, para roda de conversa. 

À medida que os pronomes relativos a gênero são colocados em pauta para contemplar pessoas transgênero não-binárias possibilitamos a visibilidade e existência dessas pessoas, quando refletimos sobre termos racistas, nós enquanto sociedade estamos dizendo que desejamos banir formas opressivas e violentas dirigidas a pessoas negras, logo, estamos mobilizando nossos sentidos físicos para a transformação da linguagem em ação em todas as camadas sociais e principalmente em centros de convivência, como escolas, instituições e empresas. 

Quando se deseja uma sociedade igualitária e justa, o rompimento do condicionamento de supressão de uma sociedade que ainda é alicerçada por seus representantes hegemônicos, favorece o meio de existências que coabitam com essa hegemonia. Em miúdos, você refletir sobre isso é um processo de justiça, de exercício de convivência em comunidade e humano, os códigos linguísticos vão seguir a conjunção mental dos valores sociais e de seus indivíduos. Que tenhamos decência para lidar com a realidade de fatos históricos, a serenidade em aprender com outro e a empatia de perceber-se parte da mudança e se co-responsabilizar por ela.  Para Língua não é mal, mas natural. 

Fonte

  1. A construção do pensamento e linguagem – Vygotsky
  2. Retratos do Brasil Negro – Lélia Gonzalez
  3. O português afro-brasileiro – Dante Lucchesi, Alan N. Baxter, Ilza Ribeiro

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